O cineasta brasiliense Gabriel Mesquita decidiu criar uma campanha virtual de financiamento coletivo e arrecadar recursos para a produção de um documentário que mostra como estaria a situação do Brasil se não houvesse o negacionismo e as interferências consideradas negativas do presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a pandemia.
O roteirista espera arrecadar, nesta primeira fase, a cifra de R$ 15 mil para auxiliar nas despesas da produção independente.
Batizado de Eles Poderiam estar Vivos, o documentário mostrará uma hipotética história na qual o Brasil deixaria de ser um dos países campeões em mortes, caso tivesse seguido as orientações de autoridades sanitárias mundiais. O filme está sendo gravado no Brasil e no Canadá, onde o cineasta reside.
“É um trabalho totalmente independente. Já gravamos depoimentos em Brasília , São Paulo e Natal. Agora, já estou de volta ao Canadá, pra gravar com especialistas em saúde pública daqui. Queremos mostrar também como foi o combate à pandemia em um país onde o governo respeitou a vida, seguiu o conceito científico. Mas tenho parceiros gravando em São Paulo e no Rio de Janeiro, com especialistas em saúde e familiares de vítimas da Covid-19”, afirmou Mesquita.
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Documentário mostrará como Brasil estaria sem negacionismo na pandemia
Filme
Para a produção, o roteirista está entrevistando políticos, médicos, epidemiologistas, cientistas e familiares de vítimas para mostrar que o pais poderia ter sido referência no combate ao vírus. Integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 também contribuíram para o material.
“Desde o começo da pandemia, tudo o que acontece na Ásia, na Europa e nos EUA, acontece no Brasil depois um ou dois meses. É como se o Brasil tivesse uma máquina do tempo e soubesse tudo o que vai acontecer. Infelizmente, o governo ignorou essa valiosa ferramenta e apostou em estimular a contaminação generalizada. Assim a pandemia terminaria rápido”, iniciou o cineasta.
Na parte canadense do filme, o documentarista mostrará como o país onde mora lidou melhor que o Brasil na condução das políticas públicas contra o vírus. “Muito ajuda quem não atrapalha, diz o ditado, que no Brasil foi intencionalmente ignorado”, disse.
O documentário será um longa-metragem, com até 85 minutos de duração, com opção de áudios em português e inglês e legenda que inclui o francês. “O filme será dedicado aos filhos que perderam os pais, aos pais que perderam filhos, aos casais que a morte separou e a todos que perderam alguém querido”, finalizou.
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