A Rússia subiu o tom contra as acusações de desenvolver arma químicas, desmentiu a Organização das Nações Unidas (ONU) e acusou os Estados Unidos de financiarem o desenvolvimento desse tipo de arsenal.
Nesta sexta-feira (18/3), o Conselho de Segurança da ONU se reuniu em caráter emergencial. O encontro ocorre em meio à escalada dos bombardeios na Ucrânia.
O embaixador da Rússia na ONU, Vasily Nebenzya, acusou os Estados Unidos de violarem a convenção sobre armas biológicas na Ucrânia.
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Nebenzya foi categórico. Disse que agentes americanos colaboravam em testes de armas biológicas em território ucraniano. “Os Estados Unidos faziam um uso cínico do território ucraniano para pesquisas perigosas”, afirmou.
Os Estados Unidos e embaixadores da ONU têm afirmado que a Rússia produz e planeja usar armas biológicas, além de produzir informações falsas a fim de justificar invasão militar na Ucrânia.
Já o representante russo criticou o fato de que o apoio oferecido pelos Estados Unidos à Ucrânia é, sobretudo, na área de defesa.
Durante a sessão, o representante do Brasil e da China endossaram a condenação desse tipo de armamento e falaram em consequências em caso de uso.
Nesta semana, o Ministério da Defesa da Rússia acusou o governo ucraniano, sem fornecer evidências, de planejar um ataque químico contra o próprio povo para acusar Moscou de usar armas químicas no conflito com a Ucrânia, que dura três semanas.
Alertas
A ONU e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) têm feito alertas para o possível uso de armas nucleares na guerra da Ucrânia. A entidade acusa a Rússia de “aumentar o nível de alerta” para forças nucleares.
Os serviços de inteligência do Reino Unido acusam a Rússia de planejar esse tipo de ataque. A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, afirmou, no início do mês, que o Exército russo teria à disposição esse tipo de artefato para atacar em breve.
“Todos nós devemos estar atentos para que a Rússia possivelmente use armas químicas ou biológicas na Ucrânia, ou crie uma operação de bandeira falsa usando-as. É um padrão claro”, salientou.

A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho e evitar avanços de possíveis adversários nesse local
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país caso os ucranianos não desistissem da ideia
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro
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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território
AFP

Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território
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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado
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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo
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Guerra
A Ucrânia e o mundo assistem atônitos ao rastro de destruição que os bombardeios russos têm provocado. A intensidade dos ataques está em uma escalada assombrosa. Hospitais, escolas, casas e até abrigos estão na mira das tropas. Russos e ucranianos negociam um cessar-fogo.
Todo o país está devastado, e ao menos quatro grandes cidades ucranianas estão em colapso. Faltam água, luz, aquecimento, comunicação (internet e telefone) e comida.
Enfrentam a situação mais dramática Kiev, capital e coração do poder; Kharkiv, a segunda maior cidade do país; Mariupol, que está sitiada há 10 dias e tem vivido ataques maciços; e Kherson, onde russos alegam ter tomado o poder.
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