Rio de Janeiro – A juíza do 2º Tribunal do Júri, Elizabeth Louro, ouve, pelo menos, 10 testemunhas da morte do menino Henry Borel, às 9h30, nesta terça-feira (13/12), no Centro. Na segunda audiência do caso, nove pessoas foram arroladas pelo padrasto do menino, o ex-vereador e médico Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho.
No banco dos réus, além de Jairinho, estará ainda a mãe do garoto, a professora Monique Medeiros. Os dois estão presos desde 8 de abril, acusados de tortura e homicídio triplamente qualificado com emprego de tortura. Apenas uma testemunha de acusação será ouvida, a cabeleireira Tereza Cristina dos Santos.
Monique Medeiros
Monique é acusada pela morte do filho, Henry
Aline Massuca/Metrópoles
Dr. Jairinho e Monique presos
Dr. Jairinho e Monique Medeiros
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Jairinho e Monique Medeiros, padrasto e mãe de Henry Borel Medeiros, ao serem presos no dia 8 de abril
Tânia Rêgo/Agência Brasil
Leniel Borel, pai do menino Henry, e mãe do garoto durante a primeira sessão de julgamento do caso Henry Borel 10
Em audiência, o pai falou sobre os medos relatados por Henry
Aline Massuca/Metrópoles
Henry Borel
Polícia do Rio investiga a morte de Henry Borel
Reprodução redes sociais
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Tereza teria ouvido conversa de videochamada entre Monique e o filho, enquanto atendia a mãe da criança em um salão. Henry, chorando, teria dito: “mãe, eu te atrapalho? O tio disse que te atrapalho”. Monique, segundo o relato, teria respondido que não.
O menino teria pedido para a mãe ir para casa. A cabeleireira afirmou não lembrar a frase exata, mas a criança disse que “o tio bateu” ou “o tio brigou”.
Mais sobre o assunto
No leque de testemunhas de Jairinho estão Thiago Ribeiro, conselheiro do Tribunal de Contas do Município (TCM), parentes, entre eles, o filho mais velho do ex-vereador, e um policial civil.
Para a defesa de Jairinho, o policial teria ajudado o pai de Henry, Leniel Borel, a liberar o corpo do filho do Instituto Médico Legal. Os advogados do ex-vereador também sustentam nos autos a tese de que a morte do menino pode ter sido causada por manobra de ressuscitação.
Os médicos do Barra D’or, zona oeste, para onde Henry foi socorrido no dia 8 de março, alegam que o garoto já chegou morto à unidade. Em 6 de outubro, quando houve a primeira audiência, 10 testemunhas de acusação foram ouvidas durante mais de 14 horas.
Na quarta-feira (15/12), as testemunhas arroladas por Monique serão ouvidas, entre elas, duas ex-namoradas de Jairinho que tiveram seus filhos agredidos. Uma delas é Natasha de Oliveira Machado. O ex-vereador é acusado de torturar a filha dela entre os anos de 2011 e 2012, quando a menina tinha 4 anos.
“Para acusação não há dúvidas de que Henry foi vítima de homicídio doloso triplamente qualificado, conforme descrito na denúncia. A expectativa é que as próximas audiências corroborem os elementos probatórios. A busca pela verdade e justiça permanecem como cerne processual”, afirmou a advogada Sâmya Massari, assistente de acusação.
Procuradas, as defesas de Jairinho e Monique não se pronunciaram.
Jairinho e Monique serão ouvidos em 2022
Monique e Jairinho afirmam que a morte do menino Henry foi provocada por um acidente doméstico. Mas laudo do Instituto-Médico Legal apontou 23 lesões no corpo do menino por agressão. Jairinho responde ainda por maus-tratos a outras duas crianças, filhos de ex-namoradas. Ele também é acusado de estupro contra uma ex-namorada.
No processo sobre a morte do menino Henry, Jairinho e Monique vão ser interrogados em juízo no ano que vem. A partir daí, a ação chega à reta final para juíza decidir se os dois serão julgados ou não por um júri popular.
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