32 anos de São Sebastião, nada temos para comemorarmos

Aniversário da cidade expõe frustrações da população com a política local e a falta de investimentos públicos

Nesta quarta-feira, 25 de junho de 2025, a cidade de São Sebastião, uma das regiões administrativas do Distrito Federal, completa 32 anos de existência oficial. O que poderia ser um dia de festa, orgulho e homenagens, se transforma para muitos moradores em um momento de reflexão amarga sobre a negligência do poder público e o estado de abandono que ainda marca a cidade.

Fundada oficialmente em 1993, São Sebastião nasceu como alternativa para abrigar famílias de baixa renda, em meio ao crescimento acelerado da capital federal. Inicialmente formada por ocupações, a cidade se estruturou com o esforço dos próprios moradores, sem planejamento urbano adequado nem infraestrutura básica.

Com mais de 120 mil habitantes, São Sebastião enfrenta hoje desafios graves: ruas sem pavimentação, sistema de saúde deficiente, transporte público precário, insegurança crescente e escolas que não dão conta da demanda. Problemas antigos, que se agravam com o tempo, à medida que promessas de campanha não se cumprem e a população se vê cada vez mais esquecida.

“São 32 anos de luta. A cidade cresceu, mas o governo ficou para trás. A política aqui é suja, fracassada, e quem sofre somos nós, moradores”, diz a auxiliar de serviços gerais Eliane Costa, que vive na cidade desde os anos 1990.

A insatisfação com a política local é generalizada. Muitos relatam falta de representatividade, má gestão de recursos e descaso com as reais necessidades da população. “O que temos para comemorar? Só promessas. A cidade é feita pelo povo, não pelos políticos”, afirma João Pereira, líder comunitário.

Apesar do abandono por parte do governo, São Sebastião segue em frente pela força do seu povo. Movimentos sociais, projetos culturais e iniciativas comunitárias mantêm viva a esperança de dias melhores. A cidade pulsa nos quintais, nos comércios locais, nas praças e nas escolas — mesmo quando o Estado falha.

Linha do tempo de São Sebastião:

•1993 –criação  oficial como cidade do DF

•Décadas de 1990-2000 – Crescimento desordenado, com falta de serviços públicos

•2020 em diante – População ultrapassa 120 mil, mas problemas estruturais persistem

•2025 – 32 anos de história e resistência popular, marcados pela luta por dignidade

Neste aniversário, São Sebastião não pede festas, shows ou fogos de artifício — pede respeito, infraestrutura, saúde, segurança e um futuro digno. Uma cidade não vive só de história; vive de investimento e compromisso.

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