A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou nesta sexta-feira (5) que qualquer projeto de anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro “corre muito risco de ser emendado em plenário para dar anistia para Bolsonaro”.
Ao Estúdio i, da GloboNews, ministra disse que a posição do governo é de que “qualquer tipo de anistia para quem cometeu crimes contra o Estado Democrático de Direito não pode existir”.
O alerta foi feito ao ser questionada sobre a possibilidade de o Congresso negociar uma anistia mais branda, focada apenas em redução de penas para os executores dos atos. Gleisi rechaçou a ideia, afirmando que o risco de a proposta ser ampliada durante a votação é alto.
O receio da ministra, segundo ela, se baseia em declarações públicas dos próprios filhos do ex-presidente.
‘Afronta ao Supremo’
Gleisi classificou a discussão da pauta no Congresso como um “absurdo” e uma “afronta ao Supremo Tribunal Federal”, por ocorrer no mesmo momento em que a Corte julga a trama golpista.
Ela apontou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como o principal articulador da proposta. “[Há] uma articulação forte aí de uma parte do centrão e da extrema-direita, capitaneada pelo governador Tarcísio, que tem pressionado o Congresso”, afirmou.
Segundo a ministra, o avanço da anistia seria um “presente ao Trump”, em referência às sanções impostas pelo presidente dos EUA contra autoridades brasileiras . “