Nesta quarta-feira (30/8), é comemorado o aniversário de 63 anos do Lago Sul. Um das áreas mais nobres da capital federal, e também umas das mais cobiçadas, a região é conhecida pelas suas deslumbrantes paisagens e por acumular das maiores rendas per capitas do país.
Júlia Pontes mora na região desde que nasceu, há 23 anos, e desenvolveu uma relação de afeto com o local, onde vive com a família. Para ela, o local é o mais seguro e bonito do Distrito Federal. “Eu me sinto muito privilegiada em morar aqui, é um lugar confortável e com uma vizinhança agradável”, relata.
Por residir no bairro desde que nasceu, ela carrega consigo boas lembranças da sua infância e adolescência, como brincar na rua com suas vizinhas e até mesmo as tardes ensolaradas na piscina de casa. “Eu ia muito ao Gilberto Salomão com o meu avô, é algo que marcou minha infância. Gosto muito de lá e da península dos ministros”, detalha.
Essa mesma satisfação é sentida também por quem acabou de chegar à região. O desenvolvedor de jogos Guilherme Carvalho, 23, chegou há um ano no bairro. Guilherme conta que morava em Valparaíso de Goiás, e que, por conta de uma oportunidade de emprego em sua área, teve o privilégio de morar com tranquilidade e privacidade à beira do lago. O jovem destaca a diferença do lugar para a antiga cidade onde vivia. “A infraestrutura é perfeita, além de ser um local monitorado constantemente pela segurança”, avalia.
Uma das coisas que mais chama a atenção do profissional é a variedade de programação oferecida na Ermida Dom Bosco, como eventos musicais e esportes. “Eu costumo ir para participar das atividades que acontecem lá. Tem até crossfit, e eu nem gosto de crossfit, mas, participo pela empolgação dos professores” diz ele, sorrindo da situação.
Guilherme enaltece o bairro e desabafa ao desejar que o Lago Sul compartilhasse a mesma excelência em infraestrutura, segurança e opções de lazer com as demais regiões administrativas do DE e entorno. “Aqui, eu me sinto seguro ao andar na rua. E estou a poucos metros do lago, sempre que posso dou um mergulho”, finaliza.
Investimentos na região
Hoje, o Lago Sul concentra a maior renda per capita do país, com R$ 23.241 por habitante. Para se ter uma ideia, o município mais rico do Brasil (Nova Lima, em Minas Gerais) tem renda per capita de R$ 8.897, segundo a pesquisa Mapa da Riqueza, da Fundação Getúlio Vargas (FGV). A pesquisa aponta ainda que o patrimônio por habitante no Lago Sul é de R$ 1,4 milhão, seguido pelo Jardim Botânico, cujo patrimônio por habitante é de R$ 588 mil. Em terceiro lugar, vem o Lago Norte, com R$ 505 mil por morador.
Embora os residentes desfrutem de um padrão de vida elevado, alguns desafios ainda estão presentes no dia a dia da região. A administração local afirmou que diversas obras estão sendo realizadas para melhorar cada vez mais a qualidade de vida dos cidadãos. Umas das principais questões enfrentadas diz respeito ao alagamentos na QL 14, em períodos chuvosos. Para lidar com isso, o Executivo local, em diálogo com a Administração Regional do Lago Sul, tem investido em infraestrutura. “Uma obra de drenagem, que abrange da QI 11 a QL 14, está modernizando a estrutura de drenagem pluvial, colocando, de forma definitiva, um fim nesses alagamentos”, informou o governo local.
Desde 2019, mais de R$ 49 milhões foram aplicados em obras de mobilidade e infraestrutura urbana. Hoje, os planos têm como foco a revitalização de diversos espaços da região administrativa. “O governo tem investido em várias melhorias, como a recuperação e requalificação de terrenos abandonados, como o antigo Balão do Aeroporto, que foi recuperado e um extenso terreno na QL 6/8, que está sendo transformado em área de lazer e entretenimento para a população. Além disso são quase 50 mil m² de novas calçadas, sendo que 12 mil m² já concluídos”, informou o GDF.
Para os próximos 63 anos
O aniversário do Lago Sul é uma oportunidade para refletir sobre o progresso já alcançado e os desafios que ainda persistem. À medida que a região — conhecida por seus parques e áreas de preservação —, avança em direção ao futuro, a colaboração entre os moradores e o governo local desempenha um papel fundamental na melhoria da qualidade de vida.
A comemoração ocorreu no último domingo (27/8), com a realização de uma caminhada, que partiu do Santuário de São João Bosco, na Asa Sul, até a Ermida Dom Bosco. Lá foi realizada uma missa campal, celebrada pelo arcebispo de Brasília, Cardeal Dom Paulo César Costa.
Júlia Pontes guarda com amor a região onde onde cresceu. Com formação em turismo, ela viaja muito, mas diz que, se pudesse, estaria sempre na casa onde nasceu. “Para sempre quero ter a casa que vivo para voltar depois de viajar. O Lago Sul é o lugar que eu chamo de meu lar”, finalizou.
Por Carlos Silva e Anna Beatriz Santos, estagiários sob a supervisão de Patrick Selvatti
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