Em meio à instabilidade vivida no país por manifestantes que ainda não aceitaram o resultado das eleições de 2022, a ministra Cármen Lúcia, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cumprimento cada eleitor brasileiro que votou, “compareceu, exerceu seu direito, fez valer a sua voz”.
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Na primeira sessão do TSE após a votação em segundo turno, que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva (PT) presidente, a ministra agradeceu os servidores da Corte Eleitoral pela atuação nas eleições e ao presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, pela condução do processo de maneira comprometida e capaz de fazer valer o voto do cidadão.
“Quem ganha numa eleição é também o candidato, mas, principalmente, a democracia e a história: passada, presente e futura de um povo. O processo eleitoral e de votação é um típico exemplo da solidariedade entre gerações. Uma geração que comparece e faz valer a democracia para que a outra possa ser cada vez mais livre, igual e justa”, completou.
O vice-presidente da Corte, Ricardo Lewandowski, ressaltou a condução “firme, eficaz e leal” de Moraes no cargo de presidente do TSE. “Cumprimento vossa excelência pela coesão, coerência que este Tribunal demonstrou, garantindo a continuidade da democracia inaugurada pela Constituição de 1988”, disse.
Manifestações
Desde domingo (30/1), manifestantes estão nas ruas fechando rodovias ou pedindo intervenção federal em frente a QGs do Exército por todo o país. Eles não aceitam a derrota de Bolsonaro nas urnas. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) autuou cerca de 2 mil motoristas até essa quarta-feira (2/11). Após bloqueios em rodovias federais e estaduais, a corporação contabilizou R$ 18 milhões em multas.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou, na terça-feira (1º/11), multa de R$ 100 mil e prisão em flagrante de manifestantes bolsonaristas que especificamente organizam os bloqueios de rodovias no país; o valor, porém, ainda não foi aplicado.
Também estão previstas multas que variam de R$ 5 mil a R$ 17 mil. A autuação de menor valor implica a suspensão do direito de dirigir por 12 anos e a remoção do veículo.
Apelo do presidente
Com o agravamento da situação econômica do país, perto das 20h desse feriado, Bolsonaro pediu diretamente, em um vídeo, a desobstrução das rodovias.
O titular do Palácio do Planalto disse que manifestações e protestos são bem-vindos, mas fez um apelo para que os bloqueios tenham um fim. Segundo ele, esses atos não são legítimos e prejudicam a economia brasileira.
“Eu quero fazer um apelo a você. Desobstrua as rodovias. Isso daí não faz parte, no meu entender, dessas manifestações legítimas. Não vamos perder, nós aqui, essa nossa legitimidade”, afirmou. “O apelo que eu faço a você: desobstrua as rodovias, proteste de outra forma, em outros locais, que isso é muito bem-vindo, faz parte da nossa democracia.”