O papa Bento XVI, morto neste sábado (31/12), aos 95 anos, foi o primeiro da história moderna a renunciar ao cargo. O fato inédito em pelo menos seis séculos abriu precendetes para um funeral único na história da Igreja Católica, em que um pontífice vai conduzir o velório de outro. O papa Francisco presidirá, em 5 de janeiro, o funeral de seu antecessor.
De acordo com o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, Joseph Ratzinger deixou recomendações sobre a cerimônia fúnebre. “Segundo desejo do papa emérito, o funeral será feito em nome da simplicidade. Eles serão solenes, mas sóbrios”, detalhou.

Bento XVI foi eleito em 2005, para suceder João Paulo II
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O papa Bento XVI veio ao Brasil, em 2007
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O papa emérito renunciou ao cargo em 2013 e foi substituído pelo papa Francisco
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Ele teve um papado envolto em polêmica, mas nega qualquer alegação de que tivesse conhecimento sobre supostos abusos na Igreja Católica
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Papa Bento XVI em conversa com o padre João Scognamiglio Clá Dias
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Bento XVI recebeu a unção dos enfermos na última quarta-feira (28/12), ao fim da missa celebrada no mosteiro e na presença das irmãs Memores Domini, que o acompanham desde a mudança dele para o local. O corpo de Bento XVI ficará exposto a partir de segunda-feira (2/1) na Basílica de São Pedro para receber o último adeus dos fiéis.
O velório está previsto para a quarta-feira (5/2), contudo, poucos detalhes sobre como será o rito religioso foram divulgados. De acordo com especialistas em liturgia, o protocolo deve ser bastante semelhante ao de um papa que permaneceu na função até a morte.
A diferença substancial, em comparação com os demais funerais, é que Francisco vai presidi-lo, enquanto, quando se trata de um chefe da Igreja Católica ativo, o ritual é conduzido pelo decano dos cardeais.
Contudo, ainda há uma série de incógnitas a serem resolvidas. Uma das poucas certezas é a de que não haverá a necessidade de convocar o tradicional conclave, já que não há troca no cargo. Ou seja, a chaminé da Capela Sistina não emitirá a tradicional fumaça branca anunciando que há novo chefe da Igreja Católica, função atualmente ocupada pelo papa Francisco.
Protocolo religioso
As regras para funerais papais são estabelecidas em um guia de 400 páginas chamado “Ritos Funerais do Pontífice de Roma”. Conforme o rito da Igreja Católica, o funeral de um papa deve ocorrer entre quatro e seis dias após a morte. Durante esse período, o corpo será exibido a fiéis que desejem prestar as últimas homenagens.
Durante a missa, o corpo é colocado em um caixão de madeira de cipreste, abençoado com água benta, e o rosto do pontífice é coberto com um véu branco. Algumas horas antes do enterro, ele será envolto em outros dois: o intermediário é de zinco, adornado com uma cruz, o nome do papa, os anos de seu papado e seu brasão; e o externo é feito de elmo ou nogueira e fechado com pregos de ouro.
Papas em exercício podem escolher onde desejam ser enterrados. Vários optaram pelas próprias paróquias ou igrejas de Roma, mas os restos mortais de 148 dos 266 homens que presidiram a Igreja Católica estão na Basílica de São Pedro.
Relatos da imprensa em 2020 indicavam que Bento gostaria de ser enterrado na antiga tumba de João Paulo II, no túmulo de São Pedro. No subterrâneo da Basílica, o local fica em uma área chamada Necrópole Vaticana, onde há diversas sepulturas e mausoléus, inclusive o que a Igreja diz serem relíquias do primeiro papa, o apóstolo Pedro.
O último funeral papal ocorreu em 2005, quando morreu João Paulo II, cujo papado havia começado em 1978. Acompanhado por cerca de 1 milhão de pessoas, foi à época o funeral com maior participação da história.
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