O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu à militância do partido, nesta sexta-feira (18/3), que se manifeste contra a possibilidade de aprovação de um projeto para instituir um regime semipresidencialista no país. “Só pode ser medo de nós”, afirmou o ex-presidente.
A declaração foi feita no evento de filiação do ex-governador do Paraná Roberto Requião ao Partido Trabalhista (PT).
O semipresidencialismo é um sistema de governo que está em discussão na Câmara dos Deputados e é defendido por algumas autoridades do país, como o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Presidencialismo e semipresidencialismo
No semipresidencialismo, a figura do presidente da República é escolhida por eleições diretas, mas há também um primeiro-ministro, que é indicado pelo presidente eleito para chefiar o governo.
No presidencialismo, em vigor no Brasil, o presidente da República acumula as funções de chefes de Estado e de governo. Como chefe de Estado, o presidente representa o país no exterior, comanda as Forças Armadas e define a política externa.
No semipresidencialismo, o presidente compartilha esses poderes com o primeiro-ministro, figura política que é escolhida e fica subordinada ao Parlamento. Neste papel, ele pode, por exemplo, escolher os ministros de Estado e criar políticas econômicas. Além disso, o primeiro-ministro é o responsável pela articulação política com o Legislativo.

O primeiro turno da eleição para presidente da República está marcado para 2 de outubro de 2022
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André Janones (Avante) – Deputado federal por Minas Gerais, Janone foi escolhido, em novembro de 2021, como pré-candidato do Avante
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Felipe d’Ávila (Novo) – O partido Novo lançou o cientista político Felipe d’Ávila como pré-candidato da legenda à Presidência da República
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Jair Bolsonaro (PL) – A filiação de Bolsonaro ao Partido Liberal tem como objetivo a reeleição presidencial. No entanto, o nome do mandatário ainda não foi oficializado como pré-candidato
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Discurso na cerimônia
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lembrou nesta sexta-feira (18/3), em evento de filiação do ex-governador do Paraná Roberto Requião ao partido, que na crise de 2008, quando era presidente, o barril de petróleo estava a US$ 147 dólares e a gasolina era apenas R$ 2,60.
“Aos meus 76 anos de idade não acredito em Estado fraco. Um Estado que nega todos seus recursos para pagar juros. [Acredito em] Um Estado que não deixe faltar comida e remédio para o povo. [Quando era presidente] O Brasil não era um país palha como é hoje, com um psicopata no poder”, disse referindo-se ao presidente Jair Bolsonaro (PL), de quem será rival na eleição de outubro.
“Hoje vivi um dos dias mais emocionantes da minha vida. Fui encontrar companheiras que fizeram vigília. Nunca aceitei que o Paraná seja estado conservador e antipetista”, discursou. “Um estado que tem Requião e uma mulher da qualidade da companheira Gleisi (Hoffman, deputada federal que é presidente nacional do PT) não pode ser chamado de conservador.”
Lula viajou à capital do Paraná para a filiação ao PT de Requião, que deixou o MDB no ano passado. Requião entrou no partido para concorrer pela quarta vez ao governo do estado (já cumpriu três mandatos). Foi a primeira vez que Lula esteve em Curitiba depois de deixar a carceragem da Polícia Federal, onde esteve preso por 580 dias cumprindo pena por condenação na Lava Jato.
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