No segundo dia consecutivo com ataques a prédios residenciais em Kiev, mais duas pessoas morreram após bombardeio russo, nesta terça-feira (15/3). De acordo com o serviço de emergência da Ucrânia, 46 pessoas tiveram que ser resgatadas.
“Às 9h50 foi localizado um incêndio num edifício residencial de 16 andares, ocorrido a 15 de março, como resultado de um bombardeio no distrito de Svyatoshinsky”, informou o Serviço de Emergência da Ucrânia, em comunicado no Facebook. Pelo menos duas explosões foram registradas em Kiev neste 20º dia de invasão russa.
Na segunda-feira (14/3), uma pessoa morreu e três foram levadas a um hospital depois que um bombardeio russo atingiu um prédio residencial em Kiev. No mesmo dia, sirenes antiataques foram acionadas em Kiev, capital e coração do poder na Ucrânia, e em Lviv, uma das maiores cidades do país.
Neste dia de intenso bombardeio na Ucrânia, uma torre de TV foi alvejada em Rivne. Segundo as autoridades, 19 pessoas morreram.

A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho e evitar avanços de possíveis adversários nesse local
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país caso os ucranianos não desistissem da ideia
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro
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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território
AFP

Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território
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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado
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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo
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20 dias de guerra
Nesta terça-feira (15/3), a invasão russa completa 20 dias. São quase três semanas de medo, traumas, riscos infinitos, prejuízos financeiros e uma grande instabilidade internacional. Os ucranianos são, sem dúvidas, os mais atingidos. Mas a guerra já deixa marcas indeléveis no mundo.
Também nesta terça-feira, russos e ucranianos voltam a conversar numa tentativa de um acordo de cessar-fogo. Todas as outras reuniões fracassaram.
Os presidentes Vladimir Putin, da Rússia, e Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, travam, além o embate militar, uma guerra de narrativas com graves acusações.
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