O médico Vinícius Heurich ficou preso em um bloqueio na rodovia que divide os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Ele estava em um ônibus na estrada desde a meia-noite de segunda-feira (31/10), e decidiu deixar o veículo. Vinícius então comprou uma moto Honda, de 1981, e seguiu viagem por conta própria.
O relato foi contado ao jornal O Globo. O médico, natural de Florianópolis (SC), explica que havia viajado até Porto Alegre (RS) no sábado (29/10) para votar.
Ao retornar para casa, ficou preso no bloqueio promovido por grupos bolsonaristas. Heurich decidiu descer do ônibus de viagem e encontrou uma motocicleta antiga à venda em uma loja do município de Sombrio, já em Santa Catarina.
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“Passeando, encontrei essa moto de coleção, que servia de decoração para uma loja de roupas, mas, por acaso, estava à venda”, contou ao jornal. O médico constatou que a motocicleta funcionava bem e decidiu comprar o automóvel.
Vinícius diz que não pilotava uma moto há 20 anos. Ele saiu do município do Sombrio à noite e chegou em casa por volta das 18h de terça-feira. “Consigo fazer 25 km a cada meia hora”, contou. Ele precisou dormir em hotéis ao longo da estrada e comprar roupas para a viagem.
Mesmo após o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro (PL) na terça-feira (1º/11), o país tem 156 ocorrências em rodovias federais nesta manhã (2/11), feriado de Finados. São 110 interdições e 46 bloqueios.
Apesar de não pedir o fim dos atos, o discurso de Bolsonaro — no qual o mandatário desaprovou as ações — fez com que o movimento perdesse força no começo do Dia de Finados. As obstruções, organizadas por apoiadores do presidente, ocorrem em estradas de 15 estados.