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Mourão se filia ao Republicanos e vai concorrer ao Senado pelo RS

Mourão se filia ao Republicanos e vai concorrer ao Senado pelo RS

O vice-presidente Hamilton Mourão filiou-se ao Republicanos, em cerimônia na sede do partido, na noite desta quarta-feira (16/3).  Nas eleições deste ano, o general deve se candidatar ao Senado Federal pelo Rio Grande do Sul.

A filiação à sigla, que é presidida pelo deputado federal Marcos Pereira (SP), ocorre em um momento no qual o Republicanos tem se afastado da base do presidente Jair Bolsonaro (PL).

O evento que oficializou o general na sigla foi realizado na sede do Republicanos, em Brasília, e contou com poucos convidados em razão da pandemia de coronavírus. Estavam presentes, além de Mourão e Pereira, o ministro da Previdência e Trabalho, Onyx Lorenzoni, e parlamentares, vereadores e prefeitos próximos ao militar.

Além de Mourão, também se filiaram ao Republicanos a deputada federal Marina Santos (PI), que antes estava no PL, e o prefeito de Teresina, Dr. Pessoa.

Durante o evento, Marcos Pereira disse que o partido deve receber mais filiações até o fim da janela partidária, em 1º de abril. “Seremos um pouco maior nas urnas. Não em quantidade somente, porque mais importante que a quantidade é a qualidade”, afirmou.

Descartado para repetir a chapa de 2018 com o presidente Bolsonaro, o vice espera contar com o apoio do chefe do Executivo federal na campanha. Segundo Mourão, um dos desafios nos próximos meses será conciliar os compromissos eleitorais com o cargo de vice-presidente.

Em seu discurso, Mourão disse que não poderia “abandonar o campo de batalha” diante do que definiu como “mares turbulentos, com problemas econômicos, políticos, sanitários e sociais”.

“Ainda não chegou o momento de encerrar minha participação na vida política do país. […] Não posso me dar ao luxo de abandonar o campo de batalha, deixando de contribuir dentro da política, com a busca incessante de soluções necessárias para o engrandecimento do Brasil”, declarou.

O general ainda disse ser leal ao presidente Bolsonaro. “Cheguei aqui vice-presidente do presidente Bolsonaro, e ele sabe perfeitamente que tem toda a minha lealdade e apoio irrestrito em seu projeto de reeleição”, afirmou.


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Futuro político

Para concorrer ao Senado neste ano, Mourão não precisará se desincompatibilizar do cargo de vice, mas não poderá assumir o posto de presidente da República interino nos seis meses que antecedem o pleito de outubro.

Segundo o colunista do Metrópoles Igor Gadelha, o general prepara uma agenda de viagens internacionais entre abril e outubro para não se tornar inelegível.

Por isso, todas as vezes que o presidente Bolsonaro viajar ao exterior nesse período, Mourão também terá de deixar o Brasil.

Em abril, Bolsonaro deve ir à República Dominicana e à Guiana. Então, o vice pretende viajar a Londres. Em outras viagens do presidente, Mourão planeja ir ao Uruguai, país vizinho ao Brasil.

Bolsonaro deve viajar para o exterior pelo menos outras duas vezes. Em junho, vai a Los Angeles, nos Estados Unidos, para a Cúpula das Américas. Em setembro, será a vez de Nova York, para a Assembleia-Geral da ONU.

Bolsonaro e Mourão

O presidente Jair Bolsonaro e o atual vice-presidente têm se afastado ao longo do governo. Em junho, Mourão chegou a dizer que “sente falta” de se reunir com o mandatário do país.

Em três anos de governo, o general e o capitão reformado do Exército têm tido vários posicionamento distintos— o que, segundo interlocutores, não tem agradado o chefe do Executivo.

Em abril do ano passado, quando Bolsonaro já dava os primeiros recados de que não iria dar continuidade à chapa em 2022, Hamilton Mourão disse que o chefe do Executivo deveria escolher outro nome, mas que Bolsonaro ainda não o havia procurado para tratar do assunto.

“Bolsonaro vai escolher outra pessoa para acompanhá-lo para a reeleição. O que tenho visto [nas] declarações de Bolsonaro é que ele precisaria de outra pessoa no meu lugar, mas ele nunca disse isso para mim”, disse à época.

Em uma das mais recentes declarações sobre o assunto, Bolsonaro afirmou que o novo vice não pode “atrapalhar”. Em outra oportunidade, o chefe do Executivo federal disse que “vice bom é aquele que não aparece”.

“A gente não está pensando em ter uma chapa para ganhar a eleição e depois não poder governar. Isso é horrível, isso é péssimo. Ter um vice que te atrapalhe. Isso é horrível”, afirmou o presidente no início do mês.


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Agendas entre os dois diminuíram 85%

De acordo com um levantamento feito pelo Metrópoles, o descontentamento com o atual vice ficou evidente não apenas nas declarações do chefe do Executivo federal, mas também na agenda pública do presidente.

Os encontros entre Bolsonaro e Mourão diminuíram 85% desde o início do mandato, em 2019. Naquele ano, o presidente e o vice tiveram o maior número de reuniões durante o governo: foram oito agendas privadas e outras 27 conjuntas, com a presença de diferentes autoridades.

Em 2020, ano em que o presidente da República mais criticou seu vice e fez declarações no sentido contrário às de Mourão, houve registro de três agendas particulares entre os dois — número menor do que a metade dos encontros registrados no ano anterior. Mourão participou de outras 18 agendas conjuntas, como reuniões ministeriais convocadas por Bolsonaro.

A quantidade de reuniões entre Bolsonaro e Mourão em 2021 foi menor ainda: os dois se encontraram em apenas cinco oportunidades, sendo duas agendas privadas e três conjuntas. Neste ano, Jair Bolsonaro também deixou evidente que deve escolher outro nome para disputar uma eventual reeleição à Presidência em 2022.

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