Ao menos cinco pessoas são investigadas por envolvimento nas mortes do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo Pereira. Dois já estão presos temporariamente: Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado, e o irmão dele, Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como Dos Santos. Um terceiro teria auxiliado na execução, outro na ocultação dos corpos e o quinto seria o mandante. Os nomes dos três, entretanto, não foram revelados.
Peritos criminais da Polícia Federal devem iniciar os exames nos restos mortais localizados no Vale do Javari, no Amazonas, nessa sexta-feira (17/6). Os corpos desembarcarão em Brasília por volta das 19h30 desta quinta.
Conforme a coluna revelou, os restos humanos foram encontrados no local em que estavam sendo feitas as escavações. Nas redes sociais, o ministro da Justiça, Anderson Torres, confirmou que a PF encontrou restos humanos na área indicada pelos suspeitos. As vítimas estavam desaparecidas desde 5 de junho.
Veja:
Acabo de ser informado pela @policiafederal que “remanescentes humanos foram encontrados no local, onde estavam sendo feitas as escavações”. Eles serão submetidos à perícia. Ainda hoje, os responsáveis pelas investigações farão uma entrevista coletiva em Manaus.
— Anderson Torres (@andersongtorres) June 15, 2022
Ouviu os disparos
Investigadores da PF colheram novos detalhes sobre a confissão de Pelado. O pescador ilegal revelou aos policiais que chegou a ouvir os disparos que tiraram a vida do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo Pereira.
Mais sobre o assunto
Pelado, entretanto, negou que tenha participado diretamente das execuções. “Ele falou que, quando chegou ao local, o indigenista e o jornalista já estavam mortos. Logo depois, os corpos foram parcialmente carbonizados, mas ainda poderiam ser identificados. Seu envolvimento mais efetivo teria sido ao enterrar as vítimas”, afirmou uma fonte da PF ouvida pela coluna.

Indigenista Bruno Araújo Pereira e jornalista Dom Phillips
Arquivo pessoal

As buscas começaram no dia 6 de junho
Divulgação

Bruno é considerado um dos indigenistas mais experientes da Funai
Divulgação/Funai

Dom Phillips está trabalhando em um livro sobre meio ambiente e, antes de desaparecer, pretendia realizar entrevistas nas comunidades locais
Redes sociais/reprodução

O governo do Amazonas criou uma força-tarefa para auxiliar na busca dos desaparecidos e na investigação do caso
Erlon Rodrigues/PC-AM

A região em que ocorreu o desaparecimento é de difícil acesso e faz fronteira com o Peru
Arte/Metrópoles

Alvo da cobiça de garimpeiros, o Vale do Javari é usado como rota para tráfico de cocaína
Adam Mol/Funai/Reprodução

O Itamaraty diz que o governo brasileiro tomou conhecimento, “com grande preocupação”, do caso, e que tem atuado para esclarecer o que ocorreu
Reprodução/Twitter/@andersongtorres

Dom Phillips é colaborador do jornal britânico The Guardian. Ele se mudou para o Brasil em 2007 e mora em Salvador
Twitter/Reprodução
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A motivação da barbárie, de acordo com o policial, teria sido a pesca ilegal de pirarucu na região. O peixe é uma das carnes mais apreciadas do país, especialmente na Região Norte. A reserva indígena no Vale do Javari é frequentemente invadida por pescadores irregulares. Criminosos faturam cerca de R$ 100 por cada quilo de pescado vendido.
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