O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, recém-filiado ao Republicanos, dedicou a agenda desta sexta-feira (18/3) para fazer campanha em seu reduto eleitoral, no Rio Grande do Sul. Nas eleições deste ano, ele deve se candidatar a uma vaga ao Senado pelo estado.
O general partiu de Brasília rumo ao Sul do país ainda na tarde dessa quinta-feira (17/3). Ao longo desta sexta, ele concedeu cinco entrevistas a veículos de comunicação de Porto Alegre. Veja:
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Em entrevista à Rádio Gaúcha Zero Hora, da RBS, Mourão disse que não sente mágoa por não ter sido escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro para compor a chapa rumo à reeleição nas eleições de outubro deste ano. “Há males que vêm para o bem”, afirmou.

Antônio Hamilton Martins Mourão é um general da reserva do Exército do Brasil e atual vice-presidente da República. Natural de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, Mourão tem mostrado interesse em disputar as eleições de 2022 longe de Bolsonaro
Bruno Batista VPR

Mourão, que é casado com Paula Mourão e é pai de Antônio Hamilton Rossell Mourão, ingressou na carreira militar ainda na juventude. Com o tempo, foi conquistando espaço e cargos dentro do Exército
Romério Cunha/VPR

Chegou a ser instrutor na Academia Militar das Agulhas Negras, foi vice-chefe do Departamento de Educação e Cultura do Exército, enviado para Missão de Paz na Angola, comandou a 6ª Divisão do Exército em Porto Alegre, cuidou de assuntos militares na embaixada do Brasil na Venezuela, foi Comandante Militar do Sul, entre outros
Arthur Menescal/Especial Metrópoles

Chefiou a Secretaria de Economia e Finanças, mas foi exonerado tempos depois. À época, a exoneração foi associada às declarações que ele fez durante palestra em clubes do Exército
Hugo Barreto/Metrópoles

Na ocasião, Mourão afirmou que entre os deveres do Exército está a garantia da lei e da ordem, e que se o Poder Judiciário não exercesse o dever de garantir a política existente no Brasil isso seria imposto pelo Exército por meio de intervenção militar
Rafaela Felicciano/Metrópoles

Em fevereiro de 2018, foi transferido para a reserva remunerada, após 46 anos de serviço
Rafaela Felicciano/Metrópoles

Ainda em 2018, filiou-se ao Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB) e, após resultados das eleições no mesmo ano, foi eleito vice-presidente na chapa de Bolsonaro
Isac Nóbrega/PR

Após assumirem os cargos, no entanto, a relação de Bolsonaro e Mourão se tornou conturbada. Por diversas vezes, o presidente chamou os comentários do general de “infelizes”
Igo Estrela/Metrópoles

Entre as polêmicas envolvendo o nome do vice-presidente estão: comentários racistas, comemoração do “aniversário” do Golpe de 1964 no Brasil e o pedido de impeachment de Mourão feito pelo deputado Marco Feliciano em 2019, que foi arquivado por Rodrigo Maia
Arthur Menescal/Metrópoles

O distanciamento cada vez mais claro entre Bolsonaro e Hamilton tornou evidente a ruptura da atual chapa presidencial. Desprezando o nome do atual vice-presidente para concorrer às eleições de 2022, Bolsonaro já tem ao menos outros três nomes para possível vice
Rafaela Felicciano/Metrópoles

Por sua vez, Mourão tem mostrado interesse em disputar o governo do Rio de Janeiro ou do Rio Grande do Sul. Se despedindo do PRTB, o general anunciou filiação ao Republicanos em 16 de março
Bruno Batista/ VPR
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Filiação ao Republicanos e futuro político
Na última quarta-feira (16/3), o vice-presidente Hamilton Mourão deixou o PRTB para se filiar ao Republicanos. Em seu discurso, ele disse que não poderia “abandonar o campo de batalha” diante do que definiu como “mares turbulentos, com problemas econômicos, políticos, sanitários e sociais”. Ele ainda declarou “apoio irrestrito” à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Cheguei aqui como vice-presidente do presidente Jair Bolsonaro e ele sabe perfeitamente que tem toda a minha lealdade e apoio irrestrito ao seu projeto de reeleição, que considero fundamental para que continuemos a dar os passos necessários para dar rumo nas soluções para que o Brasil atinja o seu destino manifesto que é sermos a maior e mais prospera democracia liberal ao sul do Equador”, afirmou.
Para concorrer ao Senado neste ano, Mourão não precisará se desincompatibilizar do cargo de vice, mas não poderá assumir o posto de presidente da República interino nos seis meses que antecedem o pleito de outubro.
Segundo o colunista do Metrópoles Igor Gadelha, o general prepara uma agenda de viagens internacionais entre abril e outubro para não se tornar inelegível.
Por isso, todas as vezes que o presidente Bolsonaro viajar ao exterior nesse período, Mourão também terá de deixar o Brasil.
Em abril, Bolsonaro deve ir à República Dominicana e à Guiana. Então, o vice pretende viajar a Londres. Em outras viagens do presidente, Mourão planeja ir ao Uruguai, país vizinho ao Brasil.
Bolsonaro deve viajar para o exterior pelo menos outras duas vezes. Em junho, vai a Los Angeles, nos Estados Unidos, para a Cúpula das Américas. Em setembro, será a vez de Nova York, para a Assembleia-Geral da ONU.
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