A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou nesta segunda-feira (30/1) que recursos do Fundo Amazônia serão usados para ações emergenciais de enfrentamento à tragédia humanitária que assola os povos indígenas da etnia dos Yanomamis, em Roraima.
A população indígena enfrenta uma grave crise de saúde, com inúmeros registros de desnutrição e malária. Segundo a titular da pasta, a divisão dos recursos incluirá ações em várias frentes, como saúde, segurança alimentar e proteção das aldeias.
“Os recursos do Fundo Amazônia serão deslocados para ações emergenciais. Essas ações estão sendo tratadas em vários níveis, que envolvem: a questão da saúde; o tratamento ao problema da grave situação de fome, que está assolando as comunidades; a parte de segurança, para que essas pessoas possam ficar em suas comunidades, e isso tem a ver com operações de desintrusão do garimpo criminoso dentro dessas comunidades”, declarou a ministra.

Operação contra o garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami
Ascom Polícia Federal

Operação contra o garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami
Ascom Polícia Federal
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Criança Yanomami doente
Reprodução/DSEY

Mais de 10 mil crianças indígenas ficaram desassistidas por conta de esquema de corrupção
Reprodução/ MPF
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Relatos indicam que crianças expeliram vermes pela boca
Reprodução/ MPF

Ministério da Saúde decretou emergência de saúde pública em decorrência da situação dos Yanomamis em Roraima
Condisi
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Em visita aos Yanomamis, Saúde encontrou casos de malárias em crianças
Condisi-YY/Divulgação

Voluntários da Associação Urihi Yanomami resgata criança indígena yanomani em maca vítima de desnetruição no norte do país. Ao fundo, é possível ver avião sobrevoando terreno – Metrópoles
Associação Urihi Yanomami
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População Yanomami apresenta estado de desnutrição
Divulgação/ Exército Brasileiro

Além de desnutrição, indígenas yanomami sofrem com doenças e infecções
Divulgação/FAB
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Marina Silva deu a declaração em uma entrevista coletiva em Brasília, acompanhada da ministra da Cooperação da Alemanha, Svenja Schulze. A representante do governo alemão anunciou que o país europeu vai destinar 35 milhões de euros (cerca de R$ 192 milhões) para o financiamento de ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento da chamada Amazônia Legal.
“Teremos alões emergenciais estruturadas que irão entrar naquelas áreas [indígenas], não só Yanomami, mas também Munduruku e Kayapó. Esses recursos do fundo serão para que haja uma aporte de recursos rápidos para ações emergenciais sem que haja prejuízo ao suporte de ações a médio e longo prazo”, adicionou.
Também nesta segunda (30/1), o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) formalizou a criação de um grupo de trabalho para propor medidas contra a atuação de organizações criminosas — inclusive, grupos de exploração do garimpo — em terras indígenas da região amazônica.
Mais sobre o assunto
Crimes contra indígenas
Durante o pronunciamento à imprensa, Marina Silva acusou o governo de Jair Bolsonaro (PL) de crimes de lesa-humanidade e lesa-pátria, além de genocídio contra populações indígenas. A titular do meio ambiente reforçou que o governo está recebendo apoio da sociedade civil e da comunidade científica diante da situação de emergência no território indígena.
“A imprensa tem cumprido um papel fundamental em tornar público para a sociedade brasileira o tamanho desse crime de lesa-humanidade e de lesa-pátria cometido pelo governo Bolsonaro, ao qual estamos enfrentando agora mesmo com todas as dificuldades”, afirmou.
Desde o início da atuação da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) na região, em 21 de janeiro, mais de 1 mil indígenas da etnia foram resgatados em situação avançada de desnutrição e com outros problemas de saúde.
Os moradores das aldeias da etnia sofrem com o avanço do garimpo ilegal no território. A prática criminosa contaminou com mercúrio a água, o solo e os peixes. Em decorrência da presença do metal líquido na natureza, a população indígena enfrenta dificuldades para pescar, produzir alimentos e sobreviver.
Fundo Amazônia
Mais de três anos após bloquear suas contribuições, a Alemanha retomará os investimentos no mecanismo de financiamento a ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento da chamada Amazônia Legal.
O montante previsto para liberação é de 31 milhões de euros, o que equivale a aproximadamente R$ 170 milhões, e deve ser anunciado após a visita oficial do chanceler alemão Olaf Scholz a Brasília, nesta segunda-feira (30/1).
De acordo com o MRE, esses recursos serão divididos da seguinte maneira: até 10 milhões de euros para um projeto de Conservação Florestal na Região Amazônica do Brasil – Bioeconomia e até 21 milhões de euros para o projeto Conservação Florestal na Região Amazônica do Brasil – Controle de Desmatamento.
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